sexta-feira

em ti nada secou

há uma magia fulgente no teu grito de ternura. lá fora, na cidade profunda, o frio serve de pretexto para um corpo se agasalhar no vinco da tua intimidade. em ti nada secou. há partes da tua pele em que tudo ganhou um mar de afectos. uma transparência. um corpo ancorado no tempo em que a morte se extraviou. porque é de vida que se trata. uma pequena bússola e, o mundo ganha mais consistência, perante o nosso olhar cego de desejo. o utensílio perfeito para nos mantermos perto do âmago da felicidade.


Luís-Carlos Mendes