terça-feira

nada me importa

já não me importo se o meu frigorífico é branco ou azul. se a merda da paisagem quando me assomo à janela é sempre a mesma. se tu invés de te vestires de preto, como eu gosto, te vestes de amarelo. já nada me importa, para te ser sincero. é tudo uma merda e só me apetece fechar os olhos por já nada prestar. já não gosto dos livros do saramago nem do lobo antunes. para te dizer a verdade, do que eu gosto, é de levantar-te o braço esquerdo contra a parede, beijar-te, e desejar-te como se nunca te tivesse visto.


Luís-Carlos Mendes