quarta-feira

pavoneamo-nos

pavoneamo-nos, não há nada a esconder. é como se acabássemos de descobrir algo de extrema importância e o quiséssemos de pronto revelar. pavoneamo-nos, sem mistérios ou embaraços. na parte mais antiga de cada história há sempre o amor como um acessório feito à nossa medida. em abono da verdade, temos que nos render ao nosso mestre sentimento. pavoneamo-nos, sem reserva nem limites. é quase  como um processo aleatório que acaba sempre na uniformidade dos nossos ternos abraços. pavoneamo-nos por entre beijos e entregamo-nos à conquista sem nunca olhar para a tristeza do passado já morno. e deixamo-nos ficar ali, assim, não querendo partir, para poder ficar. pavoneamo-nos.


Luís-Carlos Mendes